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HISTÓRICO
A Igreja de Saint Merry está situada na intersecção da antiga via romana Norte-Sul, a actual rua de Sain Martin, e o eixo Este-Oeste, as ruas de Santo António, de La Varrerie e Saint Honoré.
Pode ser considerada como uma das mais belas de Paris. No SEC. VIII, Médéricus (Merry), Pároco de Saint Martin d’Autun, aqui permaneceu e aqui morreu. Em 884, por ocasião da última cúria pelos Normandos, ele foi escolhido como o patrono da Margem Direita.
A igreja anterior, do início do SEC. XIII, de que ainda existe uma janela que dá para a Rua de Saint Martin, teve por Pároco Jean Beaupére, um dos juízes de Jeanne d’Arc. Após a época de S. Luis, uma comunidade originária da Lombardia, misturou-se com a população da vizinhança. Saint Merry conta como paroquiano o jovem Bocace, nascido em 1313 e Stº Edmundo, que se tornou arcebispo de Cantorbery.
O actual edifício foi construído entre 1500 e 1550, que tem a dupla particularidade de suportar uma nave lateral a sul e de ter o mesmo traçado da Notre-Dame (o coro é sensivelmente igual ao comprimento da nave). A igreja foi denominada de “a pequena Notre-Dame” e foi servida por sete cônegos do Capítulo da Catedral.
A construção pertence ao estilo Gótico do SEC. XV. Se as janelas e a abóboda do cruzamento do transepto, se ressentem da influência inglesa, dita “flamejante”, o conjunto das linhas interiores, é extremamente sóbrio e duma rara unidade arquitectural.
No SEC. XVIII, o coro foi revestido de mármore ao gosto da época, à imagem do que poucos anos antes se tinha feito na Notre Dame. Está decorado com as célebres esculturas de Slodtz. Na mesma época, o arquitecto Boffrand desenha a grande capela dita “da comunhão”, ao longo da Rua da La Verrerie.
O retorno às linhas curvas é uma das expressões da arte Barroca, em que a cúpula simboliza a abóboda celeste (a luz vinda do alto).
A mensagem desta arquitectura, ainda Gótica, dando toda a importância aos vitrais, é a do Evangelho de S. João: “Deus é Luz”, mas a decoração interior ilustra os temas postos em destaque após o Concílio de Trento e por ocasião da Renovação Espiritual do SEC. XVII (O Belo é considerado como uma das vias para chegar ao Criador. Um lugar mais importante é dado à Eucaristia).
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AS PRINCIPAIS OBRAS DE ARTE
- Os vitrais da nave datam do início do SEC. XVI. As mais notáveis situam-se junto ao Sena, acima das duas primeiras arcadas; descrevem, a primeira, a vida de S. Nicolau de Myre, a segunda a vida de Stª Inês.
- Os oito vãos do coro e do transepto, datam de cerca de 1540 e são atribuídas Pinaigrier. O vitral do transepto da direita representa quatro donatários da família de Etienne Marcel. Os três vitrais do coro contam-nos o apostolado de S. Pedro. Os vitrais da frente (lado Norte do coro) descrevem a história de José no Egipto.
- Na nave, o púlpito foi esculpido em 1753 por P. A. Slodtz.
- No altar do transepto da esquerda, uma tela de Simon Vouet (1640) que representa Saint Merry libertando os prisioneiros.
- Nas paredes da terceira capela que dá seguimento (deambulatório da esquerda) um fresco de Chasseriau de 1843, consagrado a Maria, a Egípcia.
- No coro, por cima do altar, Glória por M. A. Slodtz (1758) representando um sol decorado por um circulo de anjinhos “Eu sou a Luz do Mundo e a Vida” (Jo IX,5-XIV,6).
- Altar da direita, à entrada do coro, Virgem Azul de Carlo Van Loo (1765).
- A Capela da Comunhão (que se abre para o início da nave lateral da direita) dois muito belos “baixos relevos” dos irmãos Slodtz: “O Anjo segurando a Bíblia” e “O Anjo segurando o Cálice”. Por cima do altar, uma tela de Charles Coypel, representando os peregrinos de Emmaux.
- O cerrado Renascença, em madeira, que fecha “l’Áccueil” (Acolhimento), à direita da entrada provém da antiga capela dos Juges Consuls (antigo Tribunal do Comércio).
- Os grandes órgãos foram restaurados em 1781, pelo célebre fabricante Cliquot. Foram ilustrados por Nicolas de Bègue e C. Saint Saëns. A caixa do órgão sobre o torrão é do SEC. XVII.
- O pequeno campanário que domina o portal esquerdo da fachada guarda o mais antigo sino de Paris, fundido em 1331 e escapou às destruições da Revolução Francesa.
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IGREJA DE SAINT MERRY – HOJE
A Igreja de Saint Merry acolhe o Centro Pastoral Halles-Beaubourg e a Paróquia.
Animado por uma equipa de leigos e sacerdotes, o Centro Pastoral esforça-se por fazer da Igreja de Saint Merry um local de acolhimento, de encontros e de inovação.
Uma exposição dá-nos conta das interrogações dos homens de hoje. Fala-nos das preocupações e das esperanças; propõe-nos a Palavra de Deus na linguagem do homem.
Todas as tardes, uma recepção permite, a todos os que passam, encontrar uma pessoa da comunidade.
A recepção musical, todos os sábados às 21HOO e todos os domingos às 16HOO oferece um concerto gratuito, tanto de música clássica, como de música contemporânea.
A liturgia dominical das 11H15, reagrupa toda a comunidade na oração e na celebração da Eucaristia. Muito atenta às relações internacionais e aos Direitos do Homem, o Centro Pastoral tem estreitas ligações com vários países do mundo, particularmente com as comunidades da América Latina, de África ou da Ásia. Organiza um certo número de manifestações para encontrar e apoiar os estrangeiros que querem partilhar as suas preocupações, as suas lutas, as suas esperanças ou a sua oração.
A proximidade do Centro Pompidou , a preocupação de vivência da Fé no tempo presente, fazem nascer em cada ano as mais diversas actividades: Oficinas de Trabalho, encontros, debates, etc....
Para responder à sua missão e aos apelos que lhe são dirigidos, o Centro Pastoral está aberto a outras iniciativas.
"Christ aux outrages"
de Pierre de Grauw |